The Last of Us apresenta surto apocalíptico através de um fungo real

Logo de cara, a introdução da série The Last of Us aproveita para contextualizar sobre a infecção que será fagulha para o drama pós-apocalíptico na trama.

Craig Mazin e Neil Druckmann, os criadores da série, trouxeram uma explicação lógica sobre Cordyceps, um fungo real, mas usado com uma boa imaginação aqui.

O que é o Cordyceps?

Cordyceps, com o nome científico Ophiocordyceps unilateralis, é um gênero de fungos ascomicetos com grande variedade e que infecta artrópodes em nossa realidade – principalmente formigas. Com função parasita, o fungo se aloja no corpo do inseto e vai prejudicando suas funções motoras e nervosas, causando a morte do organismo infectado.

Após o ciclo de incubação, que dura três semanas, o fungo irá soltar esporos, na expectativa de que encontrem um novo inseto. O Cordyceps pode ser encontrado no Brasil, mas a sua infecção nos humanos não é real. A BBC produziu um documentário sobre a ação do fungo, lançado em 2006.

O fungo em The Last of Us

O fungo, no entanto, não conseguiria se desenvolver em animais de sangue quente, como os humanos. Além de termos anticorpos que ajudariam na defesa. Na série, é dito que, com o aumento das temperaturas da Terra, ampliada pela ação humana, o Cordyceps sofreria uma mutação capaz de infectar os seres humanos. O que inicia as pandemia global e destruição da sociedade como a conhecemos.

No gênero de mortos-vivos, o vírus mata o indivíduo e o transforma em algo selvagem. Em The Last of Us, a selvageria continua, mas o fungo mantém o indivíduo vivo, com sua neurologia afetada e buscando infectar o máximo de pessoas através da mordida.

Desde o primeiro episódio, é mostrado que o processo de desenvolvimento da infecção é mais visceral, onde o Cordyceps vai consumindo o humano, transformando-o em um “fungo humano”.

Possivelmente, os amputados que aparecem na zona de quarentena sejam pessoas que perderam partes do corpo para que a infecção não os matasse. Algo que também é visto em The Walking Dead, por exemplo.

No jogo, a infecção se dá por duas formas: mordida e esporos. Contudo, Druckmann já comentou que não veremos a infecção por esporos após o surto.

Na série, veremos os dois estágios mais perturbadores da infecção. A primeira é com o Estalador (ou Clicker), que ocorre após um ano e o fungo já cobriu parte da cabeça, causando cegueira, mas lhe dando uma força alta e habilidade de localização por som.

A segunda aparece após anos de infecção, com uma camada grossa de fungos cobrindo todo o corpo, transformando-o em um Verme (ou Baiacu), liberando esporos a todo momento.

Estrelada por Pedro Pascal como Joel e Bella Ramsey como Ellie, a série acompanha a jornada de dois personagens em um mundo pós apocalíptico e brutal condenado pela infecção de um fungo que controla as pessoas.

The Last of Us está em exibição na HBO Max.