O boom das convenções e o que aguardar do mercado brasileiro

Acabamos de viver mais um marco das convenções em território brasileiro com mais uma edição da CCXP Experience tendo sido encerrada no último final de semana, e que neste ano, esteve recheada de atrações de grande escalão para quem consome produtos do eixo nerd/ geek (inclusive, menino Cosminho esteve cobrindo apenas tudo por lá e você confere tudo no Instagram e buscando pela hashtag #cosmonaccxp! rs). ccxp-logo-2016Claro que não começamos por aqui pois, já há alguns longos anos temos empresas realizando eventos desse porte, porém, no começo de tudo, muito era voltado para a cultura japonesa, citando aqui como fortes  representantes disso, o Anime Friends em São Paulo e o Sana aqui mesmo em Fortaleza.

Com a ascensão do mercado mais nerd (Quem sabe Sheldon e sua turma tenham tornado isso algo mais cool do que em tempos mais obscuros da cultura pop!), o sonho de estar em uma grande convenção e ter tudo aquilo que você mais ama em um mesmo lugar ficou mais próximo com o Omelete realizando a CCXP Experience em São Paulo, e aparentemente a coisa só vai ficar maior no ano que vem, já que a confirmação da CCXP Experience Tour em Recife é real e a promessa (ainda que mais hipotética do que uma realidade próxima) de uma edição sendo realizada em terras alencarinas, conforme foi noticiado hoje pelo jornal O Povo.

O crescente desejo do público brasileiro em vivenciar uma Comic Con como a de San Diego começou a ser saciado com a criação de vários outros eventos com esse formato, e a reformulação de eventos já existentes para atender à demanda que não se saciava mais com apenas o mercado japonês como outrora ocorrera. san-diego-ccNão que o mercado japonês não ofereça mais nada de interessante, muito pelo contrário aliás, apenas não é mais o bastante, se me permitem dizer sem que eu soe antipatizando essa realidade. Com o acesso à internet e meios de informação, unidas com a rapidez com a qual as notícias se propagam, começamos MESMO a invejar nossos colegas gringos e quisemos mesmo algo para chamar de nosso. Aqui em Fortaleza já temos vários encontros que tentam, na medida do possível, seguir os moldes lá de fora e tem sido bem felizes com algumas tentativas.

Creio que, para nós, algo que ainda mata um pouco o desejo de estar em um convenção é a questão do preço. Alguns valores chegam a ser exorbitantes por conta do dólar; pode consultar as convenções voltadas para um fandom específico como já tivemos anteriormente com atores de séries como The 100, The Vampire Diaries e mais alguns. É realmente muito complicado custear e capitalizar em cima disso. Nessa vibe, a CCXP tem se saído muito bem, com parcerias fortes e destemidas. Convenhamos, a América Latina demorou mas está indo com tudo para cima do mercado que antes era visto como um nicho, do estilo “festa estranha com gente esquisita”, mas que tem rompido algumas barreiras. Não necessariamente precisamos seguir o estereótipo “errado” que outrora a sociedade chegou a pregar. Já temos BGS, já temos vários outros grupos se arriscando e o mercado está saindo das redes e ganhando os centros de convenções das mais variadas cidades. Creio que muito em breve sairá do eixo Sudeste e, se os deuses ajudarem e o dólar for bonzinho, poderemos ver mais Cons em outros estados ou, pelo menos, ter mais facilidade para arcar com os custos de viajar para estados vizinho aqui pelo Nordeste mesmo.

O que precisamos fazer é continuar sonhando e indo onde nossos bolsos permitem. Quem sabe não poderemos um dia chegar ao topo da cadeia, pagando um preço justo e condizente com a programação oferecida. Não nos custa sonhar!