Animaland | E o Oscar 2018 vai ser uma pintura

Na Animaland dessa semana, falamos sobre o que esperar das animações concorrentes ao Oscar 2018

Um dos mais importantes prêmios da indústria cinematográfica está para acontecer. No dia 4 de março, saberemos quem foram os melhores atores, diretores, produtores… Entre tantos premiados, meus olhos estão voltados, é claro, para as animações. Esse ano temos novamente cinco indicados. Não quero propor aqui uma banca de apostas, não acho que isso serve pra nada a não ser mangar dos amigos como fazemos nos bolões. Mas proponho uma análise do que a Academia enxergar como excelente na animação mundial. Vejo o Oscar não só como um prêmio importante, mas, principalmente como uma bússola que ponta para as técnicas que funcionaram melhor, que ao mesmo tempo levam público, são bons negócios e também estão preocupadas com a estética, narrativa e todos os itens de um bom filme.

Por isso, entre os indicados para melhor animação longa metragem, temos três que utilizam a animação 3D como principal técnica. São eles “VIVA – A Vida é uma Festa” de Lee Unkirch (Disney e Pixar), “O Touro Ferdinando” dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha e “O Poderoso Chefinho” de Tom McGrath. Claro que ver um brasileiro como Carlos Saldanha é sempre muito bom, ele tem um trabalho consistente e circula bem no mercado internacional. A Disney e a Pixar voltam a acertar bem a mão com “VIVA…” e “O Poderoso Chefinho” traz uma história muito divertida e bem amarrada. Com um roteiro que diverte adultos e crianças e propõe reflexões no campo da formação da família, quantidade de filhos e até a substituição de filhos por pets. Debate bem profundo e tratado com humor pelo roteiro. 

Os outros dois indicados trazem outras técnicas de animação, outros tipos de traços e também produção não centralizadas apenas nos Estados Unidos. O que já é uma tradição. Desde 2008, a academia indica pelo menos uma obra produzida por outros países. É o caso de “The Breadwinner” (uma coprodução Canadá, Irlanda do Norte e Luxemburgo) que conta a história de Parvana, uma jovem que vive em um Afeganistão governado pelas forças do Talibã. Quando seu pai é preso de maneira injusta, ela se disfarça de menino para trabalhar e garantir o sustento de sua família. O filme traz singeleza no traço e na maneira de contar uma história de tanta força e emoção, baseada no livro homônimo de Deborah Ellis.  

A outra animação que já há alguns anos vem chamando a atenção pelos seu processo de produção incrivelmente minucioso e complexo é “Com amor, Van Gogh” animado frame a frame com pinturas contendo o mesmo tipo de pincelada impressionista do pintor holandês. Centenas de artistas trabalharam nos mais de 56 mil frames pintados sobre as cenas gravadas com atores, em Live Action. O filme é o primeiro a ser produzido totalmente com pintura de tinta a óleo sobre tela. Trabalho incrível da artista plástica e cineasta Dorota Kobiela em parceria com Hugh Welchman

Bom, não será espantoso se nenhum dos filmes ganhar, mas é um fato estatístico que a Academia premia ideias ousadas, que saem do lugar comum ou pela técnica, ou pela emoção causada no espectador, ou pelos dois. Eu tenho uma leve e “IMPRESSIONISTA” que aquele que vencer, com o Oscar na mão, será como uma “PINTURA”. Acho que dei dicas demais para os que gostam de apostar. Tem alguma dúvida, veja esse vídeo com o processo de produção, e deixe seu comentário por aqui.