Até hoje parece um tanto nebuloso os rumos que o Marvel Studios pretende seguir após a “conclusão”, mais conhecida como Vingadores: Ultimato. Se antes os filmes solo funcionavam também em prol de uma história maior sob a sombra do vilão Thanos, agora as coisas parecem rolar muito mais soltas, e as séries do streaming Disney+ chegaram, inicialmente, para preencher uma lacuna desses longas, dando maor destaque a personagens outrora pouco desenvolvidos, como Feiticeira Escarlate, Visão, Falcão, Soldado Invernal, Gavião Arqueiro etc. No entanto, a estreia de Cavaleiro da Lua pode (e talvez deva) ser observada de uma forma diferente.
A primeira sem lastro com os filmes do MCU
Isso porque trata-se da primeira produção Marvel Studios estrelada por um personagem totalmente inédito no live-action. A trama segue a vida de Steven Grant (Oscar Isaac), um homem gentil, educado e aparentemente normal, mas que descobre ter uma dupla identidade, dividindo sua personalidade com a do mercenário implacável, Marc Spector.
Isaac está muito bem no papel, a diferença de atuação entre as personalidades é gritante e, mesmo com um certo exagero ao mostrar um Steve Grant inseguro e abobalhado, suas atuação e carisma convencem. O elenco também conta com a ilustre presença de Ethan Hawke no papel do vilão, uma espécie de Minority Report da mitologia egípcia como avatar da deusa Ammit.
Cavaleiro da Lua e a mitologia egípcia na Marvel
Como série inédita, Cavaleiro da Lua tem a missão de trazer novos ares para o MCU e o grande carro-chefe disso é a mitologia egípcia. Além de Khonshu (que faz de Marc Spector o seu avatar) e Ammit, o roteiro é bastante explicativo e coloca em pauta o conceito da Enéade, uma espécie de Vingadores de divindades egípcias. Se considerarmos os dois primeiros episódios que chegam ao serviço do Disney+, já temos um bom tanto de informação para criarmos boas expectativas. Sem contar que o vindouro Thor: Amor e Trovão deverá explorá outras mitologias – incluindo essa de Cavaleiro da Lua.
O orçamento aparente do programa não decepciona, mas também não é nada de encher os olhos. Os efeitos visuais estão decentes e o uniforme do herói bastante estiloso, emulando as páginas dos quadrinhos em algumas cenas. Porém, fica bastante nítido o uso de artifícios para baratear as cenas, sendo que o ideal é que esse recurso (válido) passe desapercebido. Talvez seja por ter assistido aos dois episódios numa sala iMAX (a convite da Disney) uma produção feita para o streaming, mas a boa montagem que mostra a doideira narrativa que é acompanhar Steve Grant / Marc Spector também acaba tirando um pouco do ritmo o espectador um pouco mais adepto da ação. O abuso de cenas com inimigos invisíveis também corrobora para este ponto fraco.
No geral, Cavaleiro da Lua é uma boa pedida dentro do Disney+, entregando bem o que propôs desde o início: um bom novo herói para os fãs da Marvel com uma mitologia fascinante a ser explorada.
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