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Metal Gear Solid (HQ) | Crítica

Metal Gear Solid é uma das maiores e mais importantes franquias de jogos da história. A obra de Hideo Kojima possui qualidade tanto em gameplay quanto em história, trazendo referências tanto da cultura japonesa com robôs e afins como também da cultura dos filmes de espionagem hollywoodianos. Em 2006 a Pixel Media tentou lançar a adaptação em quadrinhos no Brasil mas só ficou pela metade, felizmente a NewPop lança novamente, agora completa, a série no Brasil.

A hq conta a mesma história do clássico game lançado para PSX. A base Shadow Moses foi tomada por terroristas exigindo dinheiro e os restos mortais do lendário soldado Big Boss e ameaçando lançar bombas atômicas caso não isso não aconteça. O único homem que pode deter os caras maus é o especialista em infiltrações Solid Snake. Mas ao adentrar na base e desvendar a história, ele acaba descobrindo uma conspiração que envolve até mesmo a sua origem.

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A primeira impressão da hq vem, obviamente, da fantástica arte de Ashley Wood. O artista possui uma arte bem peculiar, misturando pintura a óleo com arte digital, sempre usando pinceladas frenéticas, lembrando muito o mestre Bill Sienkiewicz. A arte de Ashley tem movimento e conta muita história muitas vezes usando só rabiscos e esboços. Em alguns momentos ele faz algo mais realista para realçar expressões e detalhes da cena, mas geralmente ele representa as situações de uma forma bem mais livre e sem se preocupar muito com representações reais.

Cada página é uma descoberta de técnicas diferentes, o que torna a leitura bem divertida. Além disso, ele não é só um ótimo artista, mas também sabe contar uma boa história de forma sequencial, apesar da arte anarquista, a narrativa da hq é bem concisa.

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Quando entramos no roteiro da hq começam os problemas. O escritor Kris Oprisko às vezes opta por colocar diálogos exatamente como estão no jogo e em outros ele corta alguns momentos de gameplay ou os transporta para o jogo, principalmente as lutas contra os chefes. Essa é a grande dificuldade de adaptar jogos para obras mais lineares, por mais que você tente representar o momento de jogo ali, você raramente vai conseguir transpor uma sensação parecida.

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Ao focar nas lutas contra os chefes o escritor acabou deixando de lado a tensão que é jogar Metal Gear. O jogo sempre foi muito mais sobre se esconder e usar o ambiente como vantagem do que sair correndo contra o tempo resolvendo problemas de forma frenética.

Um grande problema de adaptar Metal Gear também é que a série tem muitas peculiaridades em seu texto. Em certos momentos ela é super realista, trazendo questões políticas e sociais para o jogo, mas em outras a zoeira e elementos japoneses se sobressaem, tornando uma experiência bizarra que só funciona naquele mundo.

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Para finalizar, a história do jogo ainda possui algumas referências a jogos antigos, tal como o jogo e isso pode acabar deixando os não-fãs meio confusos. Tirando totalmente a imersão e interesse por aquelas situações e personagem. Os fãs vão adorar as referências a personagem e acontecimentos, bem como a representação em quadrinhos de alguns momentos clássicos do jogo, mas isso não tem valor nenhum para quem não conhece a franquia.

Metal Gear Solid acaba sendo uma boa diversão em forma de hq para quem é fã do produto original, os virgens no assunto provavelmente ficarão confusos e sem entender algumas partes, principalmente por que o jogo possui muito texto que foi compilado em uma pequena série de hq. Apesar do roteiro falho, felizmente temos a bela e frenética arte de Ashley Wood para nos alegrar enquanto degustamos a revista. Recomendando para os fãs de Metal Gear, se você não é, acho melhor deixar essa revista para lá.