HQ dos Inumanos de Guerras Secretas, O Despertar de Attilan é um dos melhores tie-in da saga
Durante os anúncios de Guerras Secretas, ocorreu uma chuva de sagas clássicas da Marvel Comics a ganharem uma releitura, como Desafio Infinito, Futuro Imperfeito, Guerra Civil e Planeta Hulk. Umas boas, outras nem tanto. Logo de cara, o que mais chama atenção em Inumanos – O Despertar de Attilan é não se tratar de mais um produto desse tipo.
A trama acompanha Medusa, rainha regente de Nova Attilan localizada exatamente no ilustre bairro de Manhattan, Nova York. Na posição de uma das mais fiéis seguidoras de Victor von Doom, Medusa se vê numa missão aparentemente simples: interrogar um prisioneiro e descobrir onde se encontram os membros do grupo Voz Inaudível, rebeldes que contrapõem a soberania de Destino. Desse modo, a rainha atribui a Auran se infiltrar na Sala Silenciosa, local gerido por Raio Negro onde ocorrem algumas negociações em sigilo junto a lazeres etílicos. É a partir daí que as coisas se problematizam.
O Despertar de Attilan traz diversos aspectos interessantes, não só para a mitologia dos Inumanos como para a própria Guerras Secretas. A narrativa funciona junto com o evento principal, e desse modo viajamos para outros locais do Mundo Bélico como Terra Verde e Distopia. Outro ponto é a divisão dos Inumanos, onde Medusa e Raio Negros estão de lados opostos (e consequentemente cada um leva consigo parte do elenco mais notório da raça). Méritos para o texto de Charles Soule (atual roteirista nas HQs), que consegue fazer a história alcançar boa qualidade principalmente nos momentos de interação entre o casal real. Os desenhos de John Timms também merecem elogios.
De forma inexplicável, dois dos principais Inumanos não aparecem em O Despertar de Attilan: Maximus e Cristalys. Talvez a presença do primeiro demandaria uma trama muito mais complexa, devido ao seu perfil de cientista louco e planejador. Valeria o risco. O final possui uma boa carga emocional, que somada ao plot twist do Deus Destino torna o final de certa forma memorável. É dos poucos momentos em Guerras Secretas onde o personagem realmente brinca de Deus, e o resultado é no mínimo intrigante. Coisa rara de se ver nesse tipo de revista. Ponto para os Inumanos.
No Brasil, a história foi publicada pela Panini em Guerras Secretas: Inumanos Ed. 01 (Inhumans: Attilan Rising 1-5, Secret Wars: Battleworld 2, Revista especial, formato americano, 124 páginas, papel LWC, R$ 16,00).