O caminho do Doutor Estranho foi reaberto

Se tem algo positivo nas HQs lançadas junto com os filmes, é a chance de conhecer personagens menos famosos como o Doutor Estranho

A história já começa com Stephen Strange relembrando de forma sucinta como chegou até o atual momento, com trechos de histórias clássicas ao fundo enquanto seu pensamento atualiza o leitor de como ele foi um cirurgião cujo ego era maior que o talento, e também como o Ancião lhe ensinou a lidar com a magia após seu acidente, até se tornar o Mago Supremo. Nessa condição, o Doutor Estranho é então a primeira defesa da terra contra todas as formas de ameaças mágicas, e sua rotina não é das mais normais como é mostrado na introdução do arco intitulado O Caminho do Estranho, nas bancas do Brasil pela Panini.

A trama segue mostrando como o mundo mágico está desequilibrado, onde criaturas estão onde não deveriam, e dimensões estão invadindo a realidade sem que isso faça sentido. Acredite, mesmo no universo próprio do Doutor Estranho na Marvel há esquisitices fora do comum.

Essa nova fase solo do Doutor Estranho serve também para quebrar o gelo do Mago Supremo com o leitor regular, que vai buscar mais conteúdo sobre o personagem após ter visto o filme da Marvel Studios lançado em novembro de 2016. Alguns pré conceitos são quebrados aqui, como a ideia de que Stephen é um cara perfeito após os ensinamentos do Ancião. Muito pelo contrário, ele ainda possui sequelas do acidente ao executar atividades domésticas em geral. Seus movimentos perfeitos se dão apenas no que tange a magia mesmo.

Nesse ponto vale destacar o bom humor usado para conduzir a história que conta com o roteiro de Jason Aaron, o mesmo da fase atual da Thor na Marvel. Aaron também escreveu o roteiro de Mundo Estranho, um dos melhores tie-in do recém terminado Guerras Secretas e que possui características muito semelhantes no que diz respeito a criaturas bizarras e uso de magia. Os desenhos e cores aqui ficam à cargo de Chris Bachalo, consolidando o viés super heroico da revista.

Apesar de não ser tão popular com o grande público, O Caminho do Estranho deve se beneficiar da já citada onda do filme do Doutor Estranho, colocando alguns elementos para deixar a história mais popular e acessível ao grande público, mas sem lançar mão da essência do personagem criado por Stan Lee e Steve Ditko. É positiva, nesse sentido, a aposta da Panini em lançar a revista no Brasil em periodicidade mensal. Voltaremos em breve para concluir essa história.