Unfollow Vol. 1: 140 Tipos | Crítica

Série da Vertigo mistura A Rede Social, Black Mirror e Jogos Vorazes.

Imagine o seguinte: Mark Zuckeberg está com um câncer terminal e escolhe 140 pessoas totalmente aleatórias do seu Facebook para herdar toda sua fortuna assim que ele morrer. Mas existe um detalhe: Toda vez que uma dessas pessoas morrer, as restantes dividirão o resto do dinheiro entre si, ou seja, quanto mais as pessoas morrerem, mais ricas as restantes ficam. Se você imaginou que isso só pode dar problema e que nenhuma dessas pessoas está a salvo, você imaginou certo.

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Lógico que esse é somente o plot principal de Unfollow, a trama ainda adiciona alguns elementos intrigantes e até místicos em meio ao seu primeiro volume, o principal deles é o misterioso braço direito do milionário moribundo Larry Ferrell, um homem que utiliza uma máscara bizarra e tem motivações ainda a ser descobertas.

A série brilha mesmo nos seus personagens, dentre os 140 tipos temos um assaltante pé rapado, uma patricinha ativista, uma reporter síria, um excêntrico escritor japonês dentre outros. Desde o início a série já mostra que não existe heróis ou mocinhos, todos são seres humanos falhos, o que faz todo sentido com o experimento social que Ferrell está realizando.

O primeiro volume de Unfollow é desenhado por dois artistas, Mike Downling e R. M. Guerra. A série se inicia com o traço realista de Downling que cai muito bem na história, depois eu fiquei feliz em rever R. M. Guerra, pois sou fã dele em Escalpo, mas sua arte destoa um pouco da de Downling, trazendo uma estranheza. O traço de Guerra é mais onírico e bizarro, o que até que faz sentido com a história que ele desenha. As capas são um espetáculo à parte, todas são bem minimalistas e lindas, usando bem as cores e elementos da história, é óbvio que o capista Matt Taylor se inspirou no ótimo Dave Johnson e suas capas para 100 Balas.

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O primeiro volume de Unfollow traz um ótimo plot e muito mistério a ser desenvolvido, é o tipo de revista que você lê rapidamente e fica querendo mais. Óbvio que a ideia da hq não é nada de novo, já vimos isso em A Fantástica Fábrica de Chocolate, Battle Royale e Jogador Número 1, mas acredito que a história ainda tem muito a acrescentar com seus personagens bem escritos e o clima de suspense. A arte e narrativa da hq é outro ponto forte, com bons desenhistas que sabem contar uma história em arte sequencial.