Publicado pela AVEC Editora em 2016, O Coração do Cão Negro é um presente para os fãs do gênero Capa e Espada
Irlanda, 1022 D.C. é o ano em que nossa história é ambientada, um período cheio de misticismo numa época onde o Império Russo dominava grande parte da Europa do leste. E por todo território europeu, a cultura Viking tinha seus braços mais predominante na Europa Ocidental que, mesmo tendo grande maioria cristã, e com seus dominantes nórdicos prestes a se converterem ao cristianismo, ainda carregava muito de seus mitos e lendas.
Esse é o pano de fundo que se estende como uma capa em O Coração do Cão Negro: Contos do Cão Negro – Volume I, cheia de lama e incertezas nas costas de nosso protagonista, Anrath, um mercenário irlandês, nascido gaélico, mas assim como Untred de Bebbanburg (Personagem central das Crônicas Saxônicas, obra do autor inglês Bernard Corwell), foi criado no seio da cultura Viking, que por intrigas e fatalidades de seu passado, se viu abandonado e errante, nem Nórdico e nem Gaélico, um homem sem pátria, fadado a caminhar a esmo vendendo sua espada para o senhor que possa pagar por seus serviços.
Anrath é contratado por um misterioso inglês para encontrar um medalhão com a temível alcunha de “Coração de Tadg” e, por conta desse pequeno serviço, o mercenário se vê em um círculo de traição com velhos inimigos e feridas nunca saradas, tudo envolto em mistério, entidades inomináveis e a sede de sangue de um velho inimigo.
Roteirizada por Cezar Alcazár, o personagem Anrath, conhecido como o Cão Negro de Clontarf é provindo do livro de Cezar, A Fúria do Cão Negro (Editora Arte e Letra) e se apresenta como um personagem já carregado de histórias e aventuras, um passado cheio de dor e sofrimento. Apesar de não ter lido o Livro, recebi essa personagem neste conto e já me fascinei por toda sua carga emocional e suas batalhas interiores, fazendo que facilmente eu consiga ser contextualizado em suas desventuras. Alcazár é claramente influenciado por grandes nomes do gênero fantástico, e o mais notório no conto, é o criador de Conan, Robert E. Howard (de quem eu sou muito fã), e o misticismos inominável de H.P. Lovecraft é bem presente, fazendo com que o conto que acompanhamos nesse encadernado seja muito agradável e nos faça querer mais.
A arte de Fred Rubim (Le Chevalier – Arquivos Secretos) casa muito com a narrativa de Cezar, e traz aquele misto de Mignola e algo todo seu, autoral mesmo. Em uma narrativa aventuresca e sombria quando necessária, um casamento perfeito de texto e arte.
Publicado pela AVEC Editora em 2016, em um belo formato, que nos remete muito aos álbuns europeus e só abrilhanta o prazer de ler esse encadernado, O Coração do Cão Negro: Contos do Cão Negro – Volume I é um presente para os fãs do gênero Capa e Espada, e mostra que o mercado nacional é extremamente rico, e cheio de surpresas, basta estarmos atentos.
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