Westerado | Review: Uma homenagem nostálgica ao Velho Oeste

O gênero de Velho Oeste já foi muito famoso nos cinemas, mas nunca saiu de moda. Até mesmo em outras mídias temos bons exemplos de obras desse estilo: quadrinhos, música e jogos. Westerado é um exemplo de jogo indie que traz o melhor do Western em um jogo simples mas cheio de exploração, decisões e, é claro, tiroteios.

A história do jogo é a mais clichê possível: Você é um jovem fazendeiro que sai em busca de vingança depois que um homem misterioso assassina sua família. Seu objetivo é explorar o cenário árido, ajudando as pessoas para conseguir informações sobre o homem que arruinou sua vida.

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O fator que chama mais atenção no jogo é que ele é um mundo aberto onde você tem bastante liberdade. Literalmente qualquer pessoa pode ser morta e isso não vai influenciar muito no final. Isso porque a mecânica do jogo é a seguinte: cada quest que você faz lhe dá uma informação sobre a vestimenta do assassino, você então precisa fazer um número X de quests para conseguir toda informação que precisa. A ordem e quais quests você vai fazer não importa, o jogo é bastante não-linear. Algo bastante corajoso de se fazer, pois isso geralmente acaba destruindo a timeline do jogo e causando alguns bugs em outros jogos. Em Westerado, alguns erros podem acontecer aqui e acolá mas de todo minha experiência foi satisfatória.

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Essa liberdade acaba trazendo diferentes timelines e finais, o que vai fazer os jogadores mais fissurados em descobrir todos os que existem. Os finais dependem de alianças e escolhas que faz no jogo. O legal é que você realmente sente que está causando uma diferença no mundo e tudo parece bem natural. Em um certo momento eu roubei o banco de uma cidade e comecei a atirar em todo mundo, quando voltei para a mesma a cidade estava toda fechada com barricadas e a população atirando em mim.

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O combate, apesar de simples, é imersivo de certa forma. Para atirar você precisa sacar a arma, engatinhar e depois apertar o gatilho. Isso traz uma sensação que estamos realmente usando armas de fogo arcaicas que precisam de certo tempo para recarregar. A inteligência artificial dos inimigos é bem ruim mas os tiroteios acabam sendo divertidos. Existe também uma mecânica legal: cada chapéu que você tem representa uma vida, quando não tiver mais chapéus você morre com um tiro. Isso causa um desespero e lhe obriga a procurar uma estratégia de atirar nos chapéus dos adversários, para que caiam e você os pegue.

O jogo também possui diversos segredos, easter eggs, diálogos engraçados, diferentes finais  e personagens secretos. Um grande problema é sua durabilidade, com 5 horas de jogo eu terminei 2 vezes e explorei quase todo o mapa, fazendo diversas quests e descobrindo segredos. Outro problema são alguns bugs que ocorrem em algumas quests, ás vezes por causa da liberdade que o jogo lhe dá.

Eu não poderia terminar esse Review sem falar de dois pontos que deixam o jogo super gostoso de se jogar. Sua arte e trilha sonora. O pixel art é lindo e consegue trazer bastante imersão com cenários detalhados e com cores maravilhosas. A trilha sonora é algo a parte. Feita com instrumentos reais, traz banjos, gaitas, violinos e outros instrumentos que remetem às melhores trilhas de Ennio Morricone. Me peguei cantarolando alguns temas na minha cabeça quando não estava jogando e já sinto falta de caminhar pelo deserto escutando a linda trilha.

Westerado é uma ótima homenagem nostálgica aos filmes de velho oeste e uma pequena joia dos indie games. Apesar de pequeno, consegue trazer bastante conteúdo nas suas poucas horas de jogo e bastante exploração carregada de tiroteios.