Mostra de cinema árabe feminino estreia no CCBB SP

De 22/04 a 14/05 o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP) recebe a 3ª Edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino, com uma seleção de 34 obras cinematográficas dirigidas por mulheres, que apresenta a diversidade do cinema árabe contemporâneo para o público brasileiro.

A programação reúne filmes de diversos formatos e gêneros – curtas, médias e longas-metragens de ficção e documentários – que trazem à tona a multiplicidade dessas cinematografias através do olhar de mulheres de diversos países e regiões: Egito, Líbano, Palestina, Sudão, Iêmen, Síria, Argélia e Marrocos. A mostra é gratuita e conta com patrocínio do Banco do Brasil.

Questões políticas, críticas sociais, vivências LGBTQIAP+, utopias, memória, tempo, família e masculinidades permeiam as produções e somam-se a uma programação que inclui também sessões comentadas, mesas redondas e uma masterclass, no dia 6 de maio, com a premiada cineasta palestina Jumana Manna – quem vem ao Brasil especialmente para o evento.

A 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino começa em 22 de abril, às 14h, com a exibição de “Miguel’s War”, de Eliane Raheb, filme inédito no Brasil, que estreou no Panorama da Berlinale em 2021 e ganhou o Teddy de melhor longa-metragem, o Grande Prêmio do Júri no NewFEST, o prêmio de documentário no festival de cinema LGBT de Paris e o de melhor documentário no Festival de Cinema de Mizna. Outro longa de Rehab que está na programação é “Blessed Blessed Oblivion”. De Jumana Manna, a mostra apresenta “Foragers”, que traz os dramas em torno da prática de busca e coleta de plantas silvestres comestíveis na Palestina/Israel, com humor sarcástico e um ritmo meditativo.

Outro destaque da programação é “Nezouh”, da premiada diretora síria Soudade Kaadan. O drama apresenta a história de Zeina, de 14 anos, e sua família, que são os últimos a permanecer em sua cidade natal, Damasco, na Síria. O longa foi vencedor dos Prêmios do Público/Armani Beauty e Lanterna Mágica, no Festival de Veneza 2022 e do Prêmio Direitos Humanos da Anistia Internacional, no Med Film Festival 2022, em Roma.

nezouh

Também inédito no Brasil, a mostra exibe o longa-metragem “Lift like a girl”, da diretora egípcia Mayye Zayed. O documentário, premiado com o Golden Dove no festival DOK Leipzig, acompanha uma garota egípcia de 14 anos que treina no local de treinamento das campeãs de elite do Egito para competir internacionalmente com levantamento de peso.

Outros longas da programação que estreiam no Brasil: “Purple Sea”, de Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed, documentário que traz o percurso de bote da Turquia para a Grécia realizado pela diretora; “The Zerda and the Songs of Forgetting” e “La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua”, ambos os filmes da importante escritora argelina Assia Djebar, que faleceu em 2015 e é homenageada nesta edição; e “The hour of liberation has arrived”, da diretora libanesa Heiny Srour, considerado o primeiro longa-metragem de uma mulher árabe a ser selecionado para o Festival de Cannes, em cópia restaurada. Entre os 21 curtas exibidos, 14 são estreias no país, como “As If No Misfortune Had Occurred in the Night”, realizado pela renomada diretora palestina Larissa Sansour e o filme “The Window”, da libanesa Sarah Kaskas, são outros dos vários destaques da mostra.

A vasta programação inclui, ainda, focos às realizadoras Meriem Bennani (artista visual marroquina que trabalha com animação e arte contemporânea), Azza El Hassan (diretora palestina que, além da realização, fundou o projeto de restauração fílmica, curadoria e produção chamado The Void Project) e Basma Alsharif (artista visual e diretora de origem palestina). De Meriem Bennani, a mostra exibe a sua trilogia “Life on the Caps” e seu curta-metragem “2 Lizards”, todos inéditos no Brasil. Da palestina Basma AlSharif, três curtas-metragens: “Home Movies Gaza”, “A field guide to the ferns” e “We began by measuring distance”. A diretora palestina Azza El Hassan é representada por seus dois longas-metragens: “News Time” e “Kings & Extras”.

A curadoria desta terceira edição é das brasileiras Analu Bambirra, Carol Almeida e da egípcia Alia Ayman. “Em sua terceira edição, a mostra reafirma seu interesse em apresentar um recorte da produção cinematográfica árabe. Nesta edição, além de percebermos a interseção entre o cinema e as artes visuais (através de diretoras como Meriem Bennani, Basma Alsharif, Larissa Sansour e Jumana Manna), reforçamos o quão diverso e rico é o cinema árabe, indo de narrativas tradicionais até novas formas e experimentos cinematográficos. Os filmes que apresentamos representam imagens ‘frescas’, imagens às quais acreditamos que pessoas brasileiras deveriam ter mais acesso”, dizem as curadoras Analu Bambirra, Carol Almeida e Alia Ayman.

Ao receber este projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil reafirma seu apoio à arte cinematográfica e o compromisso de ampliar a conexão do brasileiro com a cultura, oferecendo uma mostra que valoriza a diversidade da indústria do cinema com produções femininas.

A 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino é uma realização da Partisane Filmes, com patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Arsenal – Institut für Film und Videokunst.

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