Novo filme da Netflix com Ben Affleck, Operação Fronteira traz um assalto com questões morais
A Netflix segue investindo na distribuição de longas cada vez mais bem produzidos. Sua nova produção, Operação Fronteira (Triple Frontier no original) traz um grande elenco em um filme de assalto na América do Sul onde as coisas acabam não correndo exatamente como planejado.
Operação Fronteira conta a história de 5 amigos que serviram juntos no exército no passado e agora planejam sua aposentadoria roubando um grande chefão do tráfico na América do Sul. Eles são Tom “Redfly” (Ben Affleck), Santiago “Pope” (Oscar Isaac), os irmãos William “Ironhead” (Charlie Hunnam) e Ben Miller (Garret Hedlund) e Francisco “Catfish” (Pedro Pascal). Eles são ajudados por uma mulher que trabalha junto com o traficante chamada Yovanna (Adria Arjona).
A primeira metade do filme é um clássico heist movie, com os personagens sendo contratado aos poucos e planejando o assalto. A diferença aqui é que os personagens já possuem uma história juntos, todos são ex-militares ou mercenários que fizeram uns trabalhos sujos atrás e agora vivem uma aposentadoria merreca. Essa fato dos personagens já se conhecerem atrapalha um pouco na individualidade de cada um pois o filme já leva em consideração que eles não precisam ser apresentados de uma forma mais bem feita. Somente os personagens de Oscar Isaac e Ben Affleck são mais desenvolvidos. O primeiro é o encarregado por convidar os outros para o assalto e o segundo é um divorciado que tenta ganhar a vida vendendo casas.
Todo esse planejamento do assalto é interessante e bem filmado, parece que você está assistindo uma missão de Ghost Recon ou outro jogo focado em tática e infiltração como Splinter Cell. Mas depois da metade do filme existem alguns conflitos que normalmente eu não vejo nessas obras.
De um filme de ação genérico, Operação Fronteira passa a ser um drama mais tenso sobre decisões morais e até onde homens podem ir quando a ganância bate na porta. Alguns personagens mudam completamente e acabam tomando decisões questionáveis. Para mim nesse momento o filme acaba sendo ainda melhor, pois deixa de ser algo genérico para algo mais dramático e complexo.
O que me incomoda no longa é que como os personagens não são muito bem desenvolvidos, eles acabam mudando de opinião várias vezes durante o longa. Em certos momentos o personagem é mais moralista, depois ele já está falando em matar inocentes até voltar a ser um bom moço novamente. É dito que eles já fizeram trabalho sujo antes mas fica meio difícil saber o filtro moral de cada um quando eles ficam mudando de opinião a cada momento.
Operação Fronteira é um bom filme de ação e suspense com questões morais interessantes. Um filme de assalto que foca muito mais na logística do roubo do que no ato em si. Os atores estão bem no papel, principalmente Oscar Issac que tem mais tempo de tela. Os outros personagens sofrem pela falta de melhor desenvolvimento e existe uma decisão ali perto do final que me incomodou bastante quando eles decidem ajudar um personagem bastante responsável pela maioria dos problemas. Além disso, um dos personagens esquece que tem filha para criar quando toma essa decisão. De toda forma, é uma bela adição ao catálogo de originais da Netflix e um bom filme para quem gosta do gênero.