Continuação do sucesso de 2017, Jumanji: Próxima Fase prioriza ainda mais a comédia e consegue entregar o que prometeu
Ao entrar na sala de cinema, eu só esperava uma coisa: que fosse tão divertido quanto o primeiro. E, queridos e queridas, Jumanji – Próxima fase, consegue.
A continuação da franquia traz uma história bem mais boba e frouxa do que a primeira, no qual Spencer não está conseguindo lidar com a vida real e sente saudades de ser o perfeito Dr. Smolder Bravestone e volta ao mundo de Jumanji para poder se sentir invencível novamente. Ao perceberem a falta de Spencer, os amigos correm para resgatá-lo, mas as coisas não ocorrem como esperavam…
Explico! Na casa de Spencer, estava hospedado seu avó, interpretado pelo excelente Danny DeVito, um velho mal-humorado que adora repetir o quanto a vida de gente velha é ruim, e mesmo sendo uma pessoa resmungona e irritante, ele recebe uma visita do passado na forma de seu amigo Milo (Danny Glover) e, no momento em que Martha, Bethany e Fridge tentam ir salvar Spencer, eles acabam sendo também sugados para o mundo de Jumanji.
Boa parte da trama gira em torno da rixa entre os velhos amigos, que parecem ter tido um passado complicado que gerou uma revolta da parte de Eddie (o avô de Spencer), que não perde a oportunidade de alfinetar Milo. A outra parte da trama vem da revisitação do vínculo dos 4 amigos e a insegurança que Spencer ainda carrega – a tal ponto que terminou com Martha porque ela estava sendo feliz na universidade e ele achou que ela não iria mais querer ficar com ele. Claramente uma síndrome de vira-lata.
Assim como o seu predecessor, a diversão fica por conta da atuação impecável de seus protagonistas experientes. Dessa vez, tem um Dwayne Johnson fazendo um Dr. Bravestone com a personalidade hilária de Eddie, enquanto Kevin Hart dessa vez é Milo, que é calmo até demais. Ruby continua a mesma, mas Jack Black escapa um pouco de fazer uma adolescente (continua sendo um absurdo esse homem não levar um Oscar por essa atuação magnífica) para fazer Fridge – o que não o torna menos engraçado. Outro ponto alto é a inclusão da ladina do grupo, Ming, interpretada pela maravilhosa Awkwafina, que arrancou diversas gargalhadas minhas durante o filme, devo admitir.
E por que a trama é mais boba e frouxa? No primeiro filme, temos um foco maior na história em si, em quebrar estereótipos e amadurecer os jovens, mas, dessa vez, o foco é mais na comédia mesmo – em um ou dois momentos você até prevê o que vai acontecer, pois os roteiristas parecem ter ficado sem criatividade e só repetiram fórmulas velhas e batidas. Mas, no geral, a comédia é recheada e gostosa, trazendo boas risadas. O “drama” entre Eddie e Milo até tenta ganhar uma profundidade, mas acaba ficando rasa e mal trabalhada, perdendo muito do brilhantismo que poderia ter esse lado da história. E até mesmo as inseguranças de Spencer e ele se resolvendo com Martha e os amigos passa batido. É tão rápido e fugaz que não tem muita importância, assim como a participação de Bethany e de Seaplane (Joe Jonas).
Contudo, particularmente, eu acho que o foco maior do filme é a diversão, e disso ele entende e tem de sobra. No geral, é um longa bem engraçado, que tenta reciclar fórmulas que deram certo no primeiro, mas vacilando em aprofundar um pouco mais para se focar na comédia.
Deixaram em aberto para um terceiro filme, então, talvez possamos ver por aí uma continuação que, eu espero, seja tão ou mais engraçadas do que essas.