Remake da franquia de sucesso, Brinquedo Assassino acerta em cheio ao não se levar a sério
Fazem 31 anos desde que conhecemos um dos mais aterrorizantes – e engraçados – bonecos do cinema. Nascido em 1988, Chucky se tornou o pesadelo de muita gente desde o seu lançamento. Eu, particularmente, não tenho receio algum dele nos dias atuais, mas, na minha infância, ele assombrou diversos dos meus pesadelos e sei que ainda assombra o de algumas pessoas que conheço.
E, como estamos em uma época em que as franquias antigas estão voltado à vida, não poderia demorar para vermos novamente esse tão amado/odiado boneco nas telonas (confira o trailer).
Sinopse
Andy e sua mãe se mudam para uma nova cidade em busca de um recomeço. Preocupada com o desinteresse do filho em fazer novos amigos, Karen decide dar a ele de presente de aniversário um boneco tecnológico que, além de ser o companheiro ideal para crianças e propor diversas atividades lúdicas, executa funções da casa sob comandos de voz. Os problemas começam a surgir quando o boneco Chucky se torna extremamente possessivo em relação a Andy e está disposto a fazer qualquer coisa para afastar o garoto das pessoas que o amam.
A história sob o meu ponto de vista
A trama é simples, até mais do que a original. Enquanto na primeira versão temos um boneco amaldiçoado, dessa vez temos um robô de inteligência artificial que teve seus inibidores de censura retirados. Ele se torna obcecado por Andy, pois deveria ser o seu único melhor amigo, sendo inaceitável que qualquer outra pessoa pudesse sê-lo também. E, na voz do talentoso Mark Hamill, ele se torna mais bizarro ainda, porque, olha, esse novo visual dele conseguiu ser medonho demais. Porém, o filme deu um jeito de explorar esse design esquisito, e fica totalmente aceitável ele ser feio do jeito que está.
A história apresenta rapidamente os outros personagens: a mãe solteira que namora um babaca, o filho adolescente desajustado, o policial bonzinho, os futuros amigos e até mesmo o zelador esquisito.
A trama, em si, não tenta aprofundar ninguém. Está mais preocupada em construir a relação entre Andy e Chucky, que é bem perturbadora, visto que envolve o menino descobrindo que o boneco é defeituoso e dando margem para os novos amigos ajudarem a ensinar um monte de coisas erradas para ele. Aliás, esse fato é importante, pois a culpa do descontrole do boneco acaba sendo não exclusivamente culpa do “defeito de fábrica”, uma coisa meio Black Mirror, em que o excesso de tecnologia pode tornar as coisas um tanto quanto assustadoras.
O filme, de verdade, não aterroriza ninguém. O suspense é fraco, mas ele nem mesmo tenta, apostando mais numa violência gore, com cenas absurdas. O longa acerta ao não se levar a sério, tendo as típicas cenas em que é inevitável você rir. Se ele tivesse sido focado em sustos, não teria conseguido. Ao contrário, eu me revirei de agonia em algumas cenas, e você até mesmo torce para o boneco matar certos personagens insuportáveis.
Resultado? Como fã de terror trash, eu fiquei deliciada. Brinquedo Assassino é um bom remake, que traz um ar novo para a franquia, mas sem esquecer as suas origens galhofas.