Há quem diga que cinema é só diversão; algumas pessoas gostam de desligar o cérebro e assistir a algo fantasioso para fugir da realidade e dos problemas. O problema é que muitos desses filmes descompromissados acabam sendo mais uma tortura do que uma válvula de escape. Felizmente, “Kong: A Ilha da Caveira” consegue divertir bastante.
O roteiro, que parece saído de um filme B, se passa em 1975, finalzinho da Guerra do Vietnã. O governo dos EUA financia uma expedição para uma ilha desconhecida para descobrir os segredos que ela esconde. A equipe conta com um ex-fuzileiro como guia (Tom Hiddleston), dois cientistas, uma repórter (Brie Larson), um coronel (Samuel L. Jackson) e sua tropa, além de vários figurantes que você já sabe que vão morrer, e outros atores famosos. A expedição de cara já se encontra com Kong, mas ele é só um dos problemas que eles vão lidar nessa ilha.
Apesar de contar com um roteiro simples, “Kong: A Ilha da Caveira” consegue fazer um filme bem amarradinho e com um ótimo ritmo, com poucas cenas que dão uma barriga. Obviamente vemos várias situações absurdas e personagens mal elaborados, mas o filme brilha mesmo quando aparece o gorilão, principalmente nas cenas de ação muito bem dirigidas, você consegue entender muito bem o que está acontecendo, fruto de uma boa direção de ação e efeitos especiais fantásticos.
Por falar em cenas de ação e efeitos, os produtores desse longa se redimiram com o fraco e sonolento “Godzilla”, trazendo um filme com cenas de ação super empolgantes. Kong aparece diversas vezes no filme, sempre impondo muito respeito. A fotografia do filme é bem exagerada, sempre trazendo enquadramentos que parecem que foram feitos para virar wallpapers; tem até homenagem a “Apocalypse Now” em diversos momentos. Mas, apesar de forçadas, essas cenas são bem lindas de se ver.
Mas quando a direção acerta em alguns momentos, ela erra em outros. Existem transições de tela bastante estranhas com takes em cenários para mostrar passagem de tempo e terreno, mas essas transições são esquisitas, parece que algo deu errado na ilha de edição. A trilha sonora cheia de Creedence é muito empolgante, mas o exagero na inserção de músicas incomoda um pouco em certos momentos, parece que o filme quer ser um novo “Guardiões da Galáxia”.
“Kong: A Ilha da Caveira” é um filme super divertido e com cenas de ação super bem elaboradas. Consegue fazer um filme bestinha ficar com cara de filmão e um roteiro de filme B virar um blockbuster que vai trazer muito dinheiro. Kong poderia ficar no médio, mas ultrapassa isso e traz um filme de ação super competente, não via brigas com bichos gigantes tão boas desde “Pacific Rim”. E quem não curte ver dois monstros gigantes caindo na porrada no cinema?
Ps: Fiquem pra cena pós-creditos, tem uma surpresinha legal.