Remake de Rambo tem cheiro de projeto fadado ao fracasso
Deu no Hollywood Reporter: o próximo filme da franquia Rambo (subtitulado New Blood, ou Novo Sangue em tradução livre) será um remake. Obviamente a produção da Image / Millennium Films não contaria com a participação do nosso querido Sylvester Stallone.
Dizer que trata-se de um Rambo natimorto pode parecer algo óbvio, e é mesmo. O personagem lançado em 1982 não é apenas “mais um” na galeria de Sly e perde apenas para o garanhão italiano Rocky Balboa no quesito “mais icônico”. Definir um novo ator para dar vida ao herói de guerra não faz sentido algum em qualquer hipótese.
Quem poderia ser escolhido para essa missão? Um novato sem renome não traria a visibilidade que o filme precisa, então a solução seria alguém de meia idade (escolhemos alguns nome nessa lista). Mas é difícil acreditar que um nome de peso toparia entrar num remake. Refilmagem geralmente significa filme ruim (até o vindouro Jumanji optou por ser uma continuação) e os casos bem sucedidos possuem motivos peculiares, como ser inspirado num longa desconhecido (caso de Os Infiltrados) tendo no comando algum cineasta genial (Martin Scorcese).
Os impeditivos de ter Sylvester Stallone na pele de Rambo novamente são mínimos. O ator está na ativa com seus Os Mercenários então anda afiado para cenas de ação, e em 2017 o veremos e Guardiões da Galáxia 2 mesmo que por pouco tempo. Também teve importante papel em Creed, derivado da franquia Rocky onde era o tutor de Michael B. Jordam, filho de Apollo. Não, não queremos Sly ensinando um novo Rambo em New Blood!
Ao final do sangrento quarto filme da série Rambo, John está indo de encontro à sua família nos EUA. Poderiam continuar muito bem a história dali, mostrando seu ambiente em casa ou o que sobrou dele após tanto tempo fora. Um novo ponto de vista para um personagem que está em constante busca do seu refúgio no mundo. Um dos melhores momentos nesse último longa, aliás, foi quando seus nervos foram testados. As pessoas teimam em subestimar veteranos de guerra por aí e isso sempre vai render boas tramas e cenas viscerais.
Há também a questão da abordagem desse remake. Seria perigoso levar os acontecimentos para locais como Síria ou Iraque, sem contar nas chances de ofender muita gente por aí. Os tempos são outros depois da derrota no Vietnã sofrida pelos EUA, e existe uma internet inteira pronta para reclamar de abordagens levianas ou insensíveis.
É claro que existe a possibilidade dessa notícia ter caído na rede para avaliarem a recepção dessa ideia de reboot. Se for o caso, está dado o recado: não o façam. Caso prossigam com o devaneio, é provável que o novo sangue do título seja principalmente do próprio projeto, tamanho será o golpe do iminente fracasso.
Até porque, só caras como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone conseguem sustentar uma ideia tão batida como a do “exército de um homem só” nos cinemas.