Canal Brasil | “A Glória e a Graça”, o Filme do Mês, estreia na terça-feira (26) às 22hs

Nesta terça-feira, dia 26, às 22h, o Canal Brasil exibe na faixa Seleção Brasileira seu Filme do Mês: “A Glória e a Graça”. Dirigido por Flávio Ramos Tambellini, o longa traz Carolina Ferraz como protagonista — a atriz comprou os direitos do roteiro e ajudou a obra a ganhar forma.

Na história, Glória (Sandra Corveloni) pede ajuda ao irmão, Luiz Carlos, com quem não fala há 15 anos, após descobrir que está doente. Quando se encontram, Glória se surpreende ao saber que ele, agora, atende pelo nome de Graça (Carolina Ferraz) depois de assumir personalidade e vestuários femininos.

“A GLÓRIA E A GRAÇA” (2017) (97′)
Horário:
Terça-feira, dia 26, às 22h
Classificação: 14 anos
Inédito e exclusivo
Sinopse: 
Glória (Sandra Corveloni) acaba de descobrir um aneurisma inoperável em uma região delicada do crânio. A patologia vem lhe gerando dores de cabeça frequentes e os vasos podem estourar a qualquer momento. A possibilidade de uma morte súbita alarma a mulher, já na meia-idade, e ela começa a procurar alguém disposto a cuidar dos filhos, a adolescente Papoula (Sofia Marques) e o menino Moreno (Vicente Demori) – eles não conhecem o pai. Sem muitas opções após ter criado as crianças basicamente sozinha, ela decide pedir socorro ao irmão, Luiz Carlos, com quem não fala há cerca de 15 anos. O reencontro após mais de uma década já seria estranho devido ao distanciamento entre os familiares e ganha mais um agravante: ele agora atende pelo nome de Graça (Carolina Ferraz) depois de assumir personalidade e vestuários femininos.

A reaproximação entre Glória e Graça não é fácil. De início, a mulher transgênero demonstra dificuldade em aceitar a possibilidade de se tornar uma figura materna, abandonar a vida construída contra todos os prognósticos reservados a quem adota nome e postura de um outro sexo e lidar com os problemas vividos com a irmã. Surpresa com a mudança de personalidade do então irmão, Glória tenta entender como lidar com essa nova figura, antes tão reconhecível. Ela trabalha na busca de um tratamento para a sua condição de saúde ao mesmo tempo em que procura forças para não se despedir precocemente das crianças. A aceitação dos filhos também é distinta; enquanto Moreno aproveita a chegada da tia para ocupar a posição paterna desconhecida, Papoula sofre com os dilemas típicos da adolescência.

A vertente humanista do diretor – marca de diversos filmes de sua autoria como Malu de Bicicleta (2010) e Bufo & Spallanzani (2000) – passa a reger o roteiro da obra. A reaproximação entre as duas personagens seria difícil e estranha com o prolongado afastamento e apresenta-se ainda mais complicada com a mudança de gênero. As mágoas do passado mostram-se ainda vigorosas nas memórias de ambas e elas vão precisar reabrir feridas anestesiadas para purgá-las de vez. Graça consegue trilhar uma trajetória de sucesso ao abrir e administrar o próprio restaurante, caminho difícil para mulheres transgêneros, vítimas de preconceitos diários e frequentemente deixadas ao relento da prostituição nas grandes cidades. A fita vai além da discussão sobre diversidade sexual, trazendo à tona um formato de família diferente da tradicional.