Tem na Netflix – Inside Llewyn Davis | Crítica

Os irmãos Coen são famosos pelos seus roteiros que fogem dos padrões, trazendo humor negro e muitas vezes uma história que não tem moral. Inside Llewyn Davis traz essa fórmula mas algo mais, com uma história bem intimista e emotiva, tudo isso com uma pegada bem folk dos anos 60.

Oscar Isaac é Llweyn Davis, um cantor de folk fracassado que tenta sua vida em Greenwich Village no início dos anos 60. Ele vai de casa em casa procurando um local para dormir enquanto tenta sua vida no mundo da música e resolve problemas pessoais em uma jornada de auto-conhecimento.

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O folk é a principal inspiração para o longa, todo o filme transpira folk e blues em sua fotografia, atuações e história. Grande parte do longa se passa em uma Nova Iorque sombria e gelada, os sentimentos que Llewyn passa e seus demônios passados são transmitidos para a fotografia e o ritmo do filme, sempre melancólicos.

Outro forte do filme são as atuações e diálogos, marca registrada dos Coen. Você entende logo que aqueles personagens tem uma história juntos e é muito fácil perceber quem é quem ali. Somente o personagem principal que precisa de mais tempo de desenvolvimento para entendermos o porquê da sua personalidade triste e forte. Aos poucos ele vai se mostrando mais e acabamos entendendo que por traz daquele “babaca” tem uma pessoa que passou por alguns traumas e reflete isso em sua personalidade.

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E não posso terminar esse review sem falar nas apresentações musicais do filme, o longa traz apresentações somente com voz e violão super intimistas que trazem o melhor do blues. Seja com o personagem de Justin Tymberlake ou até o próprio Oscar, que se mostra ser um ótimo intérprete. As músicas tristes, com a fotografia acinzentada, trazem uma grande emoção com pouco esforço, como o folk faz.

Alguns spoilers abaixo.

Como falado acima, o filme pode não agradar muitas pessoas pelo ritmo e narrativa diferente trazida pelos Coen. A história demora para se desenvolver e acaba não levando muito a lugar nenhum, os personagens parecem não evoluir e o status quo se mantém. É algo corajoso para se colocar em um roteiro mas os Coen sabem fazer isso muito bem.

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O filme termina como começou para mostrar que aquilo é cíclico, que algumas pessoas estão quebradas e podem ter um choque de realidade em alguns momentos, mas talvez isso simplesmente não muda as pessoas do jeito que elas são. Uma jogada muito boa foi mostrar ali de forma sutil Bob Dylan no final, para mostrar que existiram muitos Llewyns para que alguns deles como o Dylan fazerem sucesso.

Inside Llewyn Davis: A Balada de Um Homem Comum é um longa intimista que traz tudo que o folk é para as telas do cinema. Indicado para quem curte os diálogos dos Coen e um bom drama focado em personagens, além de ter lindas apresentações musicais.