Sing – Quem Canta Seus Males Espanta | REVIEW

Sing – Quem Canta Seus Males Espanta poderia ser mais um produto onde a trilha sonora se destaca mais do que a história. Mas não é bem assim, apesar de seus melhores momentos estarem distribuídos entre as apresentações musicais. Existe uma mensagem clara sendo transmitida na tela, de fácil percepção para os pais e filhos: nunca desista de seus sonhos. Clichê, sim. Mas do tipo que funciona.

Apesar das peças publicitárias entregarem boa parte das grandes cenas dos protagonistas, ainda existem situações que geram surpresa, alegria e até mesmo tristeza. Mesmo não apresentando um profundo desenvolvimento de personagens, Sing sabe como dividir o tempo entre suas estrelas e seus dilemas. Um gorila que sonha em ser cantor e não conta com o apoio do pai, uma porca que rala para cuidar dos filhos e do marido, uma elefante talentosa e com medo do palco, uma porco-espinho que sonha em ser uma estrela do rock e um rato com mania de grandeza. Personalidades diferentes trabalhando em harmonia.

O coala Buster Moon, dono do grande teatro da cidade, funciona como uma ligação entre os núcleos. Apesar de oferecer a oportunidade de outros animais realizarem seus sonhos, ele também está em busca de algo. Apesar de percalços e situações até previsíveis, é impossível não se deixar mergulhar na trama. Como em todo musical que se preze, uma canção sempre melhora o dia.

Quem se encantou com Zootopia, e espera ver algo semelhante em Sing, pode acabar se decepcionando. Claro, estamos diante de um mundo habitado por animais que trabalham, cantam e dançam. Mas em um clima bem mais leve, afinal estamos falando de uma produção da Illumination Entertainment. Ou seja, o longa animado segue a mesma linha de sucessos como Meu Malvado Favorito, Minions e o recente Pets (apesar de ser bem melhor que esse último).

Sing também acerta ao buscar inspiração em algo tão presente na vida da sociedade atualmente: os reality shows. Com claras influências de The Voice, American Idol e The X Factor, a animação não é inovadora, mas apresenta eficiência ao misturar seu conceitos. Méritos para a escolha das músicas e dos dubladores.

São mais de 80 músicas famosas, das mais variadas épocas, desfilando em cenários coloridos e dinâmicos. Do pop ao clássico, passando pelo rock e hip-hop, Sing destrincha sua playlist em pouco menos de duas horas. Cada escolha casando perfeitamente com os personagens. Méritos para a equipe de produção e o diretor Garth Jennings (O Guia do Mochileiro das Galáxias).

Entre as vozes escolhidas, nomes como Scarlett Johansson, Reese Witherspoon, Taron Egerton e Seth MacFarlane mostram todo seu talento musical. A jovem Tori Kelly (com uma apresentação final espetacular) e Matthew McConaughey completam o time. Por aqui, a dublagem ficou por conta de nomes famosos da música e da TV: Fiuk, Sandy, Wanessa Camargo, Mariana Ximenes e Marcelo Serrado. Os mais críticos podem ficar calmos, afinal por conta de direitos autorais, as músicas foram apresentadas na versão original. Ou seja, com as vozes americanas. Apenas Wanessa soltou a voz em uma música original de Sing. Ainda sim é um trabalho competente.

Sing – Quem Canta Seus Males Espanta pode até não ser a melhor animação do ano, mas ninguém pode negar o quanto ela se diverte entre músicas e sonhos. Em um ano tão conturbado, uma dose de alegria sempre cai bem.